domingo, 29 de abril de 2012

EMBRIOLOGIA - AULA 18/04/2012

AULA 18/04/2012

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WWW.UNIFESP.BR/GRUPOS/RHUMANA

Inseminação intrauterina
A inseminação intrauterina é um procedimento relativamente simples, capaz de produzir taxas de gravidez de até o dobro das obtidas na reprodução natural. Os melhores resultados são obtidos quando são colocados no útero pelo menos cinco milhões de espermatozóides móveis com morfologia estrita maior que 4%. Além disso, para que se possa realizar a inseminação, é necessário que pelo menos uma das tubas (trompas) seja íntegra. Nessas condições, o procedimento pode ser utilizado quando os espermatozóides não conseguem atravessar o muco cervical , quando existe infertilidade sem causa aparente,e quando a quantidade e motilidade de espermatozóides são baixas mas próximas do normal.
O procedimento se inicia com a estimulação controlada dos ovários, como na fertilização in vitro, mas a quantidade de medicação utilizada é menor, no sentido de minimizar o risco de gravidez múltipla.
Quando pelo menos um folículo atinge diâmetro médio igual ou maior que 17 mm, é administrado o hCG para induzir a maturação final do oócito e a ovulação. Esta última ocorre aproximadamente 36 horas após o uso do hCG.
Verificada a ovulação, os espermatozóides preparados são colocados, por meio de um cateter, dentro do útero.
A partir dai, o processo segue um rumo semelhante ao da reprodução natural: espera-se que as tubas captem o(s) oócito(s), que estes sejam fertilizados pelos espermatozóides e que se produzam embriões que implantem no útero. 
Como é feita a fertilização in vitro
Este procedimento, provavelmente o mais utilizado em reprodução assistida, encontra aplicação em duas situações: quando as tubas não são integras e quando os espermatozóides são poucos ou têm grandes alterações funcionais (pouca motilidade ou morfologia alterada). Também pode ser utilizado na infertilidade sem causa aparente. De modo resumido, as principais etapas do processo de fertilização in vitro estão enunciadas abaixo. Cada uma delas apresenta riscos e benefícios, que serão discutidos pormenorizadamente em sequencia.
 1)  Estimulação controlada dos ovários
Este procedimento, utilizado em praticamente todos os processos assistidos de reprodução humana, consiste na administração de hormônios (especialmente FSH), o que traz um aumento considerável nas taxas de gravidez. Como o FSH estimula crescimento de vários folículos, a taxa de multiparidade também aumenta. O processo utiliza quatro tipos de medicamentos.
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De um modo geral, inicia-se a estimulação ovariana nos primeiros dias do ciclo menstrual, sendo utilizandos os medicamentos a base de hormônios (principalmente FSH e LH), na forma injetável. Sua ação promove o crescimento dos folículos ovarianos. Esses medicamentos têm duas origens: ou são originados de purificação da urina da mulher menopausada (rotulados como gonadotrofinas da mulher menopausada - hMG) ou de engenharia genética (rotulados como recombinantes). Compete ao médico assistente, após estudo de cada caso, escolha do tipo de medicamento a ser utilizado. O crescimentodos folículos é monitorizado pela ultra-sonografia.
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São utilizados medicamentos que impedem a ruptura prematura dos folículos ovarianos, com o que se perderiam os oócitos (óvulos). Esses medicamentos são de dois tipos: alguns são utilizados antes ou logo no início da menstruação, e outros durante a estimulação. Novamente, a escolha de um ou outro tipo depende da análise feita pelo médico assistente
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Quando os folículos atingem um diâmetro adequado, a probabilidade do encontro de um oócito (óvulo) suficientemente desenvolvido para ser utilizado na fecundação é alta, e a estimulação é suspensa. É nesse momento que se aplicam os indutores de ovulação, também injetáveis, cujo objetivo é auxiliar a terminar a maturação dos óvulos. Esses indutores substituem o pico de LH, que ocorre no ciclo natural, e tembém são de duas origens. Uma delas é a urina da mulher grávida (gonadotrofina coriônica humana urinária - hCGu), e outra é a engenharia genética (hCG recombinante). Entre 32 e 36 horas após a aplicação do hCG, ocorrerá a cirurgia para a retirada dos (oócitos (óvulos). Essa retirada ocorre por aspiração pela via vaginal, orientada pelo ultrassom. Em geral, a cirurgia é rápida e tem pouca repercussão sobre o corpo.
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IInicia-se então a administração de progesterona, com a finalidade de adaptar o endométrio à implantação do embrião. Este hormônio pode ser utilizado por via vaginal (cremes ou óvulos) ou muscular, havendo uma preferência pela primeira.
2) Punção folicular orientada pelo ultra-som
Após a maturação final com hCG, os folículos são puncionados, seu conteúdo sendo retirado por aspiração e levado ao laboratório para processamento. Em meio a esse conteúdo, se o desenvolvimento do folículo tiver sido normal, estará o oócito (óvulo). Quando os folículos ovarianos atingem um tamanho adequado (na maior parte das ocasiões o diâmetro médio é maior que 16 mm), a probabilidade do encontro de um oócito (óvulo) maduro é alta. A paciente, então, será operada para a retirada dos óvulos. Esta cirurgia é feita pela via vaginal, sob anestesia. Os folículos são localizados por meio de ultra-sonografia, e são perfurados com uma agulha adaptada ao transdutor do ultra-som. Seu conteúdo, que consta de várias células (inclusive o oócito) imersas no líquido folicular, é aspirado e encaminhado ao laboratório. Alí o oócito será separado dos outros elementos do conteúdo folicular, e preparado para a inseminação com os espermatozóides..
3) Fertilização dos oócitos
Os oócitos (óvulos) colhidos na punção são preparados, no laboratório, para a inseminação. Apenas os oócitos maduros e de boa qualidade são utilizados, o que favorece tanto a fertilização quanto a obtenção de embriões com boa qualidade, o que aumenta a probabilidade de gravidez.
Uma vez no laboratório, os oócitos (óvulos) retirados são preparados para a fertilização com os espermatozóides. A figura ao lado mostra um oócito no microscópio, preso a uma pipeta (h). Seu citoplasma (ct) é envolvido por uma membrana chamada zona pelúcida (ZP), que também envolve o corpúsculo polar (cp). A presença deste último identifica a maturidade do oócito

A inseminação pode ser realizada de duas maneiras. Se a quantidade e a qualidade dos espermatozóides for adequada, é possível colocar os espermatozóides e os óvulos no mesmo líquido de cultura, o que permite que um espermatozóide penetre num óvulo da mesma forma que acontece na natureza. Se existem poucos espermatozóides, ou se a zona pelúcida é mais espessa, é utilizada a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), mostrada na figura ao lado. O espermatozóide (S) é colocado dentro de um cateter especial, que atravessa a zona pelúcida (zp), e penetra no citoplasma (ct) do oócito.
Neste momento, o espermatozóide é injetado dentro do oócito, como mostra a figura ao lado. Todo o procedimento é realizado sob microscopia, por meio de um aparelho especializado, o micromanipulador.
 
Cerca de 20 horas após a inseminação do óvulo (com ou sem ICSI), a observação ao microscópio permite determinar se houve ou não fertilização. A figura ao lado mostra duas estruturas, dentro do citoplasma do oócito, chamadas pronúcleos (pn). Um dêles é do óvulo e outro do espermatozóide; o encontro destes pronúcleos evidencia a fertilização. Dai em diante ocorrerão várias duplicações celulares, formando-se os pré-embriões que, entre o terceiro e quinto dia após a punção, serão transferidos para dentro do útero.
4) Transferência intrauterina de embriões
Após a inseminação dos oócitos e a cultura dos embriões, estes serão colocados, através de um cateter, dentro da cavidade do útero. Neste procedimento, os embriões entram em contato com o endométrio, membrana que reveste a cavidade do útero, e inicia-se a fase de implantação.
A figura mostra um embrião humano no terceiro dia de cultura em laboratório. Ele é constituído por células derivadas de divisões do oócito (óvulo) fertilizado, chamadas blastômeros. Nesta figura, aparecem seis blastômero envolvidos pela mesma membrana que envolve o oócito, chamada zona pelúcida.
Para a transferência intrauterina, os embriões selecionados serão retirados da estufa e colocados num cateter, como mostra a figura ao lado. Quando retirados, eles estarão imersos num meio de cultura; o cateter é colocado dentro domeio e, sob microscopia, os embriões, ainda imersos em meio de cultura, são aspirados
Estando a paciente em posição ginecológica, é colocado um cateter que irá até o fundo do útero. Em seguida, por dentro deste cateter, é colocado aquele que contém os embriões. Estando o conjunto em posição, os embriões serão injetados para dentro da cavidade uterina, onde devarão implantar.
A transferência traz a possibilidade de implantação dos embriões no endométrio. O embrião transferido (1) se liga à camada superficial do endométrio (2) e, através de um mecanismo bioquímico ainda não completamente elucidado, penetra no endométrio. Nesta ocasião, o beta-hCG produzido pelo embrião atinge a circulação materna e pode ser mensurado no sangue da mãe (teste de gravidez)

Apenas o médico assistente tem capacidade para decidir, entre riscos e benefícios, o melhor para o paciente. Esta decisão não é possível a partir das descrições apresentadas, que são apenas de caráter informativo.

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